Parece-me pouco. À Rainha e sua Família deverá saber a pouco, também.
A falta de cortesia do principal ocupante do number ten ao promover ou
permitir festas de despedida de funcionários*) na véspera do dia em que Família Real inglesa se iria despedir de um
dos seus mais proeminentes e outrora ativos elementos apenas poderá ser
comparável à irresponsabilidade da falta de adequadas medidas de segurança
durante os mesmos eventos, enquanto, por causa da pandemia, a Monarca, durante
as cerimónias fúnebres, nem junto dos seus mais queridos pode estar.
Por outro lado: só agora, tantos meses depois, é que chega o há muito esperado
e inquestionavelmente devido pedido de desculpa? Onde está, então, aquilo que
tanta gente diz diferenciar o nível civilizacional do Reino Unido,
designadamente quando comparado com o comportamento dos políticos de um certo
torrão retangular à beira-mar plantado?
Parece caso para perguntar como reagiria atual o Primeiro-Ministro de Sua
Majestade se, um belo dia numa autoestrada inglesa, lá calhasse a
viatura em que seguia atropelar mortalmente um funcionário que tivesse, porventura indevidamente, atravessado a faixa de rodagem à
frente de um motorista com o freio nos dentes - fosse à ordem de Sua
Excelência ou não.
Será que até teria ele o (quase) nunca visto desplante de ficar, placidamente,
dentro do carro à espera de que a coisa se resolvesse e pudessem
todos ir para casa? Será que passaria os dias e semanas seguintes a sacudir a
água do capote, como que para se livrar do incómodo da contrariedade?
Fala-se da forma como fazem escola noutras terras cientistas, empresários e
outros portugueses dignos de especial menção. Parece que os políticos começam,
também, a impor o seu estilo, nem sempre na melhor versão.
Por lá, ao menos, ainda têm um funcionário público sénior a quem caberá
pronunciar-se sobre a conduta do Governante. Por cá... temos os eternos,
monótonos, repetitivos e sediços... comentadores.