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terça-feira, 5 de julho de 2022


Luís Marques Mendes

LMM - Luís Marques Mendes


"A autoridade é um bem que se degrada quando não se usa
"

Luís Marques Mendes*)              
(SIC - Jornal da Noite)          

Veio isto a propósito do lamentável espetáculo oferecido pelo Ministro das Infraestruturas e pelo Primeiro-Ministro na sequência do despacho mandado publicar por um secretário de estado do primeiro decidindo a nova configuração aeroportuária da zona de Lisboa, seguido da quase imediata ordem de revogação*) do mesmo transmitida pelo segundo ao primeiro.

Assim aconteceu, e de outra forma não poderia ter acontecido, já que, a omitir-se o Primeiro-Ministro de usar do poder que detém após uma decisão de tamanha responsabilidade ter sido tomada a solo por um simples ministro - que nem é primeiro e, para cúmulo, mandada formalizar a um ainda mais simples secretário de estado -, poderia alguém começar a questionar-se sobre qual ministro será, efetivamente, o segundo e qual o primeiro.

Bem, deixemos o trocadilho, que não é este o nosso assunto.

- x -

Nos tempos que correm, não admira que alguma comunicação social menos dada a estas coisas parvas do rigor na palavra falada e escrita tenha anunciado a coisa como tendo o Primeiro-Ministro revogado o disparatado despacho, algo que a lei lhe não permite fazer.*)

O erro não admira, já que, imposto pelas audiências essenciais à obtenção das indispensáveis receitas publicitárias, o frenesi de conseguir a pole position na transmissão da novidade conduz, quase invariavelmente, a que as notícias sejam papagueadas sem qualquer análise, crítica ou estudo prévios, desta forma ficando a qualidade e o rigor que as irão caracterizar a depender, apenas, do cada vez mais escasso substrato cultural do redator.

Anestesiados que muitos vamos estando pela dor provocada por sucessivos impactos de baixíssimo nível daquilo que, desgraçadamente, nos vai sendo dado ouvir e ler, lá acabamos, quantas vezes, a dar por nós a absorver, ora ideias substantivamente erradas, ora outras formalmente expressas de maneira menos correta, menos elegante - inadequada, até -, seja por arautos do facilitismo linguístico agora tão na moda, seja por pessoas educadas e cultas a quem a pressão mediática do comentário regular falado ou escrito convida, também, a facilitar. Ou, como, para dourar a pílula sói dizer-se, a simplificar.

- x -

A citação que aqui é assunto refere autoridade no sentido de habilitação legal para o exercício do poder, o que é um significado evidentemente admissível, correspondente à capacidade - nem sempre legítima - de alguém se fazer obedecer.

Não obstante, a verdadeira autoridade, bem distinta do bem mais pobre e elementar poder, emana naturalmente de quem a detém: não por lhe haver sido atribuída por outrem, mas por o sujeito a ter adquirido através do competente e credível exercício das funções que lhe tiverem sido cometidas, por tal exercício se tendo tornado merecedor da confiança na qualidade das decisões tomadas, a qual impele os respetivos destinatários à pronta, serena e, mesmo, grata obediência, independentemente de vigorar, ou não, norma que legitime a respetiva imposição.

Num tal e cada vez mais raro cenário, as relações humanas fluem, a educação manifesta-se, a alegria brota, a economia floresce e os políticos exercem, tranquila e complementarmente, o poder formal e efetivo que a Constituição e a lei lhes conferem.

A fazer uso deste poder meramente formal estão, assim, limitados aqueles que o detêm, não por o haverem granjeado por mérito pessoal imediato e direto, mas por aquele lhes haver sido confiado - quantas vezes à falta de melhor candidato... -, seja por nomeação, seja por um mais ou menos democrático ato eleitoral.

Se dúvidas houver, lembremo-nos da expressão "fazendo uso dos poderes conferidos" - seguida da identificação da norma habilitante - presente, a título de legitimação, em praticamente todos os diplomas legais.

Admitamos, enfim, que esse conjunto de poderes possa, também, ser considerado autoridade, desde que não confundamos esta, imposta e formal, com a outra, meritória e substantiva.

Assim, embora sendo preocupante que já nem palavras tão singelas como aquelas que designam as cores estejam livres da polissemia de que as inquina a conotação com certas tendências - "é um verde", "é um vermelho" e por aí fora -, também o termo autoridade pode ser utilizado para designar algo que nada tem a ver com a autoridade nobre, eficaz, verdadeira, mas apenas com a pessoa ou entidade a quem, por algum processo, tenha sido conferido determinado poder..

Tal é o caso da moda recentemente adotada por sucessivos governos para designar certos organismos que o politicamente correto desaconselha designar por polícia, departamento ou outra coisa mais condicente com as atuais atribuições daqueles. Acreditam, quiçá, que a tal confusão entre autoridade e poder acabe por garantir uma acrescida vontade de obedecer, por o termo mais sonante conseguir inspirar maior temor, uma vez que, pela outra autoridade que, habitualmente, os respetivos responsáveis detêm em dose tão fraca como quem os nomeia, é que a bom porto não chegarão.

- x -

Diga-se, por fim, que, embora preferindo, na citação acima reproduzida, poder a autoridade, não fica como deixar de concordar com a ideia nela expressa pelo Exmº Autor, bem como com a forte probabilidade de ter sido a exibição da detenção e do uso do poder a motivação última de um Primeiro-Ministro que passa por andar cada vez mais entretido com a apetecível Europa, e menos com as inadiáveis mas sempre adiadas reformas estruturais e decisões de fundo para as quais, manifestamente, não nomeou competentes ministros.

De muito pouco servirá, na verdade, uma demonstração de poder na situação descrita, bem eloquente quanto ao notório défice de autoridade do primeiro governante - défice esse aliás muitíssimo natural na sequência de uma escolha de governantes que parece ter seguido, quase exclusivamente, o critério da proximidade pessoal e da simpatia política, ou do temor inspirado por uma certa antipatia política, como terá acontecido e continuará a acontecer no caso aqui vertido.

Comprometida que, com incidentes destes, vai ficando, no Partido Socialista, a sucessão do Secretário-Geral, não estará, mesmo, na altura de o Senhor Primeiro-Ministro bater com a mão no peito e, sem mais demoras, proceder à substituição de diversas pessoas que carreou para o Governo?

O nem terá já, no Partido ou fora dele, quem com ele esteja, efetiva e saudavelmente, disposto a colaborar?

* *

Tal como acontece com o termo autoridade, a multiplicação descontrolada de sinónimos desvaloriza a essência dos vocábulos, esboroa o idioma, atirando-o para um pantanoso charco de mal-entendidos, de ambiguidades, de imprecisões.

Aliás, a discutível escolha de palavras, designadamente em algo tão sério como decisões judiciais, não é, infelizmente, coisa nova, já aqui tendo sido objeto de desenvolvida atenção,. Não passa, na verdade, de mais um efeito nocivo da tendência para a desenfreada polissemia, inevitável no reino do Tanto Faz!, da indiferença, da desistência, sob a capa daquilo a que hoje alguns chamam inovação e originalidade.

domingo, 26 de junho de 2022


Vitorino Nemésio


"Admirar não é, nem mais, nem menos do que
 prestar atenção.
Uma forma sublimada de prestar atenção

Vitorino Nemésio*)              
>(Se bem Me Lembro)                       


Cabe, a propósito, refletir um pouco sobre aquilo que, nos dias que correm, mais tendemos a admirar; ou a dedicar uma sublimada forma de atenção.

A resposta é, evidentemente, impossível de dar, uma vez que não somos um único ser, antes largos milhões de seres, a cada unidade desses milhões correspondendo um universo muito próprio e irreplicável de focos de interesse e atenção.

Nisto reside uma das maiores maravilhas dos seres: a individualidade.

Pensada, por quem nos terá criado, talvez para ser o veículo daquela diferença que impulsiona a evolução da Humanidade, a individualidade perdeu, nas poucas mas intensas décadas mais recentes, praticamente toda a substância. Impulsionada por uma rede mediática mercenária, voraz e descontrolada, a globalização amalgamou-nos em rebanhos de seres que, como as ovelhas, tendem a seguir os semelhantes que lhes parecem mais sábios, mais sabedores ou, mais propriamente, que lhes parecem mais pujantes, mais proativos, como agora dizem, independentemente das asneiras empreendidas em nome dessa proatividade.

Admiramos, também, os que nos parecem mais belos, apesar da distorção de que o conceito de beleza inferna já. Acima de tudo admiramos, todavia, os mais ricos, que nos deixam ora embasbacados, ora deslumbrados, ora simplesmente invejosos perante o glamoroso sucesso, como gostamos de chamar àquilo que nos aparece como fausto, fartura, tempos livres sem limite, piscinas, iates, relógios de um milhão de euros, viagens, automóveis, aviões, sei lá.

Como o tempo não dá para tudo, deixámos, em contrapartida, de o ter para contemplar e admirar a verdadeira sabedoria, a verdadeira sapiência; com estas, deixámos, de um modo geral, de admirar as outras antigas virtudes, hoje consideradas fora de moda, cenas de velhos, chatices a evitar.

De mentes vazias e espíritos anestesiados, paralisados, lá se vão estes magotes de boa mas mal educada gente queixando de tudo e mais alguma coisa, sobretudo quando vem do Estado, esquecendo-se de que, afinal, somos governados por pessoas como nós, que admiram o mesmo que nós e das quais, por isso mesmo, jamais será de esperar grande coisa. Como de nós.

Não sabemos quem somos, nem queremos saber. Não sabemos para que nascemos, nem queremos saber. Não sabemos para onde vamos, nem queremos saber.

Acreditamos, piamente, que um qualquer criador inconsequente, alucinado, tresloucado cá nos pôs com o propósito exclusivo de nos fazer curtir, aproveitar o máximo da vida, cair que nem uns patos nas esparrelas de anunciantes que diariamente nos espevitam a necessidade de criar dependências, de consumir, de comprar; e muito bem, já que, da maneira como a sociedade acabou por se organizar, se o consumo pára, ficamos todos na miséria.

(Repararam? A inversão de valores já é tal, que até o outrora tão condenado consumismo se transformou, assim, num ato de... altruísmo!)

Para que todas estas maravilhas possam acontecer - mesmo em tempos de pandemias ou desta coisa aborrecida da guerra, que não há de ser nada, se Deus quiser... -, o que importa é seguir o rebanho que, por sua vez, segue o pastor.

Mas não aquele pastor pobre e de feições desfiguradas pelas intempéries de uma vida desgraçada à doentia chuva e ao sol implacável. Esse, desprezamo-lo pela sua falta de sucesso.

Os pastores de hoje são os ídolos, os craques, aqueles que se exibem na montra mediática como se de peças de museu se tratasse. Como se tivessem abdicado da sua condição de seres humanos, de pessoas, para já não passar de objetos numa imensa vitrina que apenas existem para regalar os olhos embrutecidos de quem passa.

- x -

Haverá ambiente mais favorável do que este ao ressurgimento da extrema-direita e de novas e implacáveis ditaduras? Claro que não!

Depois, sim. Lá vamos cair em nós. Lá vão as cabeças recomeçar a funcionar, a olhar para trás, com olhos de ver. Lá vamos horrorizar-nos, retrospetivamente, com a vacuidade daqueles que tínhamos escolhido admirar. Lá vamos, aflitos, começar a pensar em como recuperar a tão querida mas desperdiçada liberdade que, por culpa nossa, outros nos conseguiram tirar.

Mas será que o ser humano não entende, mesmo, a responsabilidade imensa que implica viver em liberdade? Por que continuamos a confundir laxismo e anarquia com liberdade? Riqueza com felicidade?

Será assim tão difícil parar um pouco para pensar?

(leia aqui a sequência deste assunto)

segunda-feira, 18 de abril de 2022


ALAIN (Émile-Auguste Chartier)


 
"Nada é mais perigoso do que uma ideia,
quando se tem uma única ideia


"Rien n’est plus dangereux qu’une idée,
quand on n’a qu’une idée
"

Atribuída a Alain*)           


Tal como na citação de Oliver Wendell Holmes, Jr que aqui já referi, também esta nos fala, essencialmente, do fanatismo na defesa de causas - quase sempre perdidas e de legitimidade discutível... - por parte de políticos incapazes de discernir a falta de interesse da generalidade das populações em, séria e exaustivamente, considerar tais mudanças ou, mesmo, em discutir tais assuntos.

Entre todas, a mais abjeta, condenável, hipócrita e mesquinha das causas, será, porém, a do enriquecimento da imagem e da bolsa de autodenominados políticos que nada mais são, na verdade, do que empresários, agentes de negócios, penduras, seres enfatuados, vazios de outros sentimentos e emoções que não sejam, ora a glorificação dos insignificantes feitos e das desgraças alheias que estes causam, ora a mortificação pela triste sorte e pelo invejado sucesso dos opositores - e, quantas vezes, de correlegionários e parceiros.

Tal é, por exemplo, o caso do caricato deputado Alípio Abranhos, senhor daquele sobranceiro, ourado e implacável olhar sobre o próximo que caracteriza os oportunistas, os incompetentes, os seres vazios daquela riqueza de substância, daquela nobreza de caráter que deveriam ser apanágio de quem as mais altas funções do Estado se propõe desempenhar.

Esse é, também, o caso de quantos presumidos ascendem de indiferenciados militantes a garbosos e enfatuados protagonistas, antes de o crime os precipitar no fosso da prisão e do anátema, de onde, graças a amigos como eles, alguns saem para nova eleição ou nomeação que lhes permita os mesmos ou idênticos ilícitos voltar a praticar.

Com uns e outros se identificam, por fim, os patetas que admiram  - quando não idolatram... - quem deles necessita para voos próprios, convencendo-os de uma inteligência, de uma capacidade política e governativa que, manifestamente, não detém.

Tal como nas relações sociais mais corriqueiras quase sempre acontece, impera a ideia fixa do incomensurável euDentro de nós, e em cada lugar ou esquina que a nossa presença vá, supostamente, "iluminar"...

* *

No caso dos "operários e camponeses" é o Partido Comunista Português quem se arroga o exclusivo da defesa dos respetivos interesses, escamoteando, no entanto, os verdadeiros propósitos da sua (ainda) existência e dos princípios que sempre o regeram.

(leia aqui a sequência)

quarta-feira, 30 de março de 2022


Robert Sarnoff


"A finança é a arte de fazer o
dinheiro passar de mão em mão até desaparecer"


"Finance is the art of passing currency from hand to hand until it finally disappears"

Atribuída a Robert Sarnoff *)

Uma realidade a ter em conta pelo nosso recém-nomeado-sem-alguma-vez-ter-esperado-que-tal-lhe-acontecesse-e-sexto-na-hierarquia-do-governo ministro das finanças*)

Pois, nós, também não esperávamos. Ou melhor: esperávamos que não. Que não fosse, para lugar de tamanha responsabilidade e num momento tão difícil como o que atravessamos, nomeado alguém aparentemente sem preencher requisitos mínimos para ocupar o lugar, e com um histórico de avanços e retrocessos, de atitudes polémicas, de pusilanimidade manifesta enquanto presidente da câmara em Lisboa.

A escolha pode significar muita coisa, como, entre tantas, mais ninguém ter aceitado o lugar ou haver dívidas políticas a pagar. Do que não podem restar dúvidas, é de que quem o nomeou considera as comemorações da vitória do Sporting, a fuga de informação para a Rússia e tantas outras contas do rosário de disparates como governação legítima, eficaz, absolutamente... normal.

Como já cansa ouvir arautos da desgraça dizer que só esperam estar enganados, direi que não o espero, que não o creio e que quase o não desejo, quanto mais não seja para permitir, finalmente, pôr a nu o que para aí vai de falta de competência, de gestão das aparências, indo-se ao ponto de anunciar ministérios criados à pressa para, talvez em nome da alardeada e artificialmente criada paridade, acomodar uma ou outra militante agora inevitavelmente candidata a qualquer coisa, mas que, ouvindo-a vezes e mais vezes em programas de debate, pouca coisa, além daquilo que toda a gente diz, parece ter para nos contar.

Já nem falo, porque não vale a pena, das outras não-surpresas do novo Governo como o tonitroante e abrutalhado barbudo, ou a educadora de jardim de infância hoje investida em tão altas funções; das tremuras e suores frios que me assolam quando me lembro da COVID, da invasão da Ucrânia e da fenomenal equipa designada para dos respetivos impactos nos proteger de outras vicissitudes, perversões, corrupções.

Fica-me, seja como for, a sensação de que o Senhor Primeiro-Ministro pouco tempo terá dedicado a pensar, seriamente, na composição do novo Governo; que terá pagado uns favores a uns, e que, ficando ou entrando, outros lhe terão feito favores; e que, como sempre, as cobaias de todas estas trocas e baldrocas serão... as de sempre.

Uma vez mais, teremos de pagar para ver. Como no poker em que a política, cada vez mais, se transformou.

quarta-feira, 23 de março de 2022


Paulo Portas

Paulo Portas

"
Quando se pretende ser tudo e o contrário de tudo,
não se acredita em nada.
É essa falta de fé no mais pequeno valor
que faz a miséria moral de muitas democracias modernas
"

Paulo Portas*)              
(O Independente)                  


A crescente tendência para navegar sem carta, sem bússola, sem planear, ao sabor do vento, das conveniências, da popularidade, da notoriedade e do desenfreado culto do eu conduziu a Humanidade ao beco sem saída à vista em que todos nos encontramos, situação em que a maior parte continua a preferir não pensar ou, em estado de negação, rejeita encarar com a coragem necessária a procurar reverter.

Os governos e os políticos que os integram limitam-se a fugir para a frente, para um destino desconhecido*), ou adivinhado e temido, que pouco ou nada fazem para evitar ou para dele nos defender. Cada vez mais, vamos ficando nas mãos de meros e anódinos administradores do inevitável, do que tem de ser, que pelos corredores do poder deambulam ao ritmo das aparições na televisão e dos posts nas redes sociais, promovendo-se o melhor que podem para que, pelo menos, quando saem desta mirabolante confusão algo de seu ou para contar ainda possam vir a ter.

Por seu turno, o iludido, manipulado, pouco instruído e mal educado eleitor lá vai votando*), a esmo, em quem lhe parece mais espetacular, quem faz mais barulho, mais promessas, na esperança de que quem hoje vota delas amanhã se irá esquecer.

O cenário está montado para que emerja desta amálgama, deste caos, mais um ditador de pantomina, ávido de riqueza pessoal e de poder, envolto numa aura de respeitabilidade e de resplandecente fulgor que, de início, os pacóvios que somos irá deslumbrar, para, mais tarde e como sempre, amargar num regime autocrático de sofrimento, de pobreza, de tirania, de insuperável torpor, de excruciante dor.

* *

As portas para a entrada da ditadura estão escancaradas, dados o desnorte e a inabilidade política por parte da maior parte dos partidos que nos deveriam representar.

(leia aqui o desenvolvimento)



quarta-feira, 9 de março de 2022


Immanuel Kant

Imannuel Kant, sobre a amizade

 A amizade é semelhante a um bom café:
uma vez frio, não se aquece sem perder bastante do primeiro sabor"


"Freundschaft ist wie Kaffee, wenn er einmal kalt ist, kehrt er nie zu seinem ursprünglichen Geschmack zurück, auch wenn er wieder erhitzt wird"

Atribuída a Immanuel Kant *)


Quando confiamos um segredo a alguém, estaremos, realmente, a dar uma prova de amizade?

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022


Dom José Policarpo

  

Dom José Policarpo


"As leis devem ser a respiração dos valores éticos de uma comunidade"

Dom José Policarpo*)  
(Grande Entrevista - RTP)        


Até que ponto existirá, no ordenamento jurídico português, tal correspondência?

Não, apenas, na lei expressa, mas nas omissões à mesma, que acabam por ser também uma forma negativa de, muitas vezes por falta de caso ou de interesse, permitir que factos indesejáveis continuem a ocorrer, a despeito dos bons propósitos propalados.

Lembremo-nos, por exemplo, da recente anulação da votação dos emigrantes devido, presumivelmente, a uma má decisão numa matéria que não se encontra contemplada na lei eleitoral - ou, pelo menos, está-lo-á de forma menos clara.

Numa época em que tanto se fala de minorias, de igualdade de direitos, dos 'nossos emigrantes', não deixa de soar a uma certa hipocrisia que, nem para estes cidadãos para quem votar é um incómodo mil vezes maior do que para um residente em Portugal, esteja, ainda, disponível o voto eletrónico, que com todas estas falhas e inconvenientes viria, de uma vez por todas, acabar.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022


Miguel Sousa Tavares

Miguel Sousa Tavares


"
Pode-se fazer sofrer muitos durante algum tempo,
não se pode fazer sofrer todos durante demasiado tempo
"

Miguel Sousa Tavares*)      
(Expresso)                    


Aqui fica a ideia, à atenção dos mais ou menos cómicos ditadores de pantomina que por aí não faltam, - passados, atuais, prospetivos ou nem isso -, alguns deles admirados por partidos que, nas extremas esquerda >e direita >, se dizem democráticos mas aos quais, manifestamente, ninguém reconhece tão nobre conotação.

PS: Esta frase foi escrita muito antes da invasão da Ucrânia pela Rússia. Mas seria bom que Vladimir Putin a tivesse bem presente; e, já agora, Zelensky, também.

(leia a sequência aqui)

quarta-feira, 26 de janeiro de 2022


Paul Masson

 

Paul Masson

A honra é uma bússola escondida no nosso coração,
mas cuja agulha está sempre falseada pela pequena mina de ouro do nosso porta-moedas"


"L´honneur est une boussole cachée sur notre coeur,
mais dont l´aiguille est toujours faussée par la petite mine d´or de notre porte-monnaie.
"

Paul Masson *)               

Vá lá alguém saber por que razão me lembro sempre de coisas destas em períodos de campanha eleitoral...

Será apenas por ler e ouvir eternos candidatos, ávidos do poder e daquilo que traz consigo, recorrer, insistentemente, à despudorada mentira para prometer o impossível ou para denegrir, difamando ou caluniando, a imagem de quem tais epítetos não merece?

Será, também, por assistir a numerosas e oportunas quebras do segredo de justiça - necessariamente por parte de pessoas afetas aos processos criminais que, a troco de por vezes magros proventos, se deixam corromper - unicamente para criar notícias "de última hora" a troco dos bem mais gordos proventos que outros irão receber das receitas publicitárias?

Ou será por ver que as empresas que pagam tais anúncios ficam indiferentes ao facto de os órgãos de comunicação que os impingem serem prováveis corruptores ativos daqueles funcionários?

Por conveniência de ofício, passam os mais altos responsáveis da Nação o tempo a encher-nos os ouvidos com loas à atitude madura e responsável dos portugueses - o que não passa, também, de uma rematada hipocrisia, já que, tal como nós, bem vêem os magotes de tugas sem distanciamento ou máscara filmados pelas televisões.

Será que, nessa tão madura e responsável atitude fictícia não existe um menos fictício lugar para a verdade e para a honra?

Que estranha espécie de po(l)vo, afinal, queremos ser!...

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022


André Ventura

 


"O que é que vale mais:
a vontade do povo português,
ou a Constituição da República?"

André Ventura*)     
(Entrevista à RTP - 01.12.2001)


Não entenderá o Presidente eleito e, regularmente, auto-demitido e reeleito do Chega! que, numa democracia representativa - cuja verdadeira natureza, apesar de se apresentar a eleições, parece ter significativa dificuldade em entender -, a vontade do povo se encontra plasmada, acima de tudo e antes de mais, na Constituição da República?

Doutorado que é em direito, não se aperceberá de que a alarvidade que disse equivale a perguntar se vale mais a vontade de roubar do que as disposições penais que tal ato proíbem?

Que tipo de gente insistirá, tendo alternativa, em confiar o voto a alguém com pensamentos como este, subversivos da ordem pública, da paz e da estabilidade que a todos são essenciais e estruturantes da vida em sociedade?

Poderá, por mero capricho, um cidadão ou grupo de cidadãos fazer, impunemente, prevalecer os ditames da sua vontade à letra da lei ou do próprio Texto Constitucional?

- x -

A prática política e as sucessivas declarações do mesmo género permitem excluir que se tenha tratado de um lapso - aliás sempre deslocado em pessoa de tão viva e aguda inteligência. A enormidade da ideia contida na pergunta não pode, assim, deixar de suscitar as mais sérias dúvidas quanto à verdadeira motivação do Autor ao deixar o Partido Social Democrata para fundar o Chega!.

Este partido é, inegável e assumidamente, nacionalista e de extrema-direita. Mas, sê-lo-á, também, o seu Fundador? Até que ponto poderá um outrora quadro destacado de um partido democrático inverter, no seu íntimo, de forma tão fraturante e do dia para a noite, o seu posicionamento político?

Qualquer pessoa, para ser eficaz, tem de acreditar naquilo que faz. Qualquer político, para ser eficaz, tem de acreditar naquilo que diz.

Perante os resultados até agora conseguidos e com tamanha rapidez, dificilmente poderá considerar-se ineficaz o Presidente do Chega! Ficam, no entanto, as perguntas: quais serão os seus verdadeiros propósitos? Estará, afinal, a ser eficaz em quê?

Será, como se apresenta, um genuíno radical, empenhado em defender uns estranhos, aberrantes, anquilosados e patéticos ideais?

Será, quem sabe, um genuíno democrata que terá, em dado momento, decidido manipular uma crescente mole humana que ia surgindo na extrema-direita, inicialmente com um discurso firme e agressivo para depois, insinuando-se junto do PSD, a neutralizar?

Será, como alguns pretendem, um mero oportunista sem escrúpulos, um perigoso ditador unicamente interessado na exaltação da própria imagem e na rápida ascensão ao exercício do poder - eventualmente como ministro da justiça... -, manipulando e usando tudo e todos ao serviço desse desiderato?

Pouco importa, de facto.

Do que não pode haver dúvida é de que se trata de uma personagem de ambiguidade perigosa, politicamente escorregadia, despudorada e subversiva a ponto de insinuar que deve a vontade do legitimamente descontente povo português sobrepor-se, por ilegítima, antidemocrática e injustificada ação direta, aos preceitos que essa mesma vontade popular, expressa no voto, na Constituição fez plasmar.

Preside, assim, a um partido que dói ver merecer um lugar no boletim de voto da supostamente democrática eleição de quem nos irá governar.


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quarta-feira, 5 de janeiro de 2022


Jerónimo de Sousa

Jerónimo de Sousa


"O capital não só não tem pátria, como não tem sentimentos, é amoral, e a sua lei suprema é o lucro"

Jerónimo de Sousa*)  
(em Comício)                 
             

Diz isto, ao mesmo tempo que, supostamente, defende o apoio do Estado às pequenas e médias empresas, as mais numerosas representantes do famigerado capital - e que, a propósito, dão emprego à esmagadora maioria dos trabalhadores portugueses. Será que já ninguém tem sentido crítico, no Partido Comunista Português (PCP), para lhe dizer "Olhe lá, Camarada, não é bem assim!", ou já só quem tem patine é que por lá ainda pode opinar?

Ninguém há que lhe diga que, por muito espontâneas, comoventes e emotivas que possam ser, as generalizações baratas nem sempre são muito recomendáveis? Que lhe diga que capital é sempre capital, independentemente da dimensão e das intenções e idoneidade dos seus detentores?

Com cantilenas profundamente eleitoralistas e demagógicas como esta, num país que, embora tímida e ineficazmente, lá vai, pelo menos, procurando enriquecer o nível de instrução dos eleitores, como espera esta gente cristalizada na memória do antigamente*) conseguir evitar uma votação cada vez mais humilhante nas sucessivas eleições? Atacando um imenso tecido empresarial que gera emprego, como irá convencer alguém de que defende os interesses dos trabalhadores?

A coisa está tão negra, que os comunistas de hoje já nem têm, como os de antigamente, a lata de, por muito que desçam, continuar a dizer, cada vez que perdem, que acabaram de ganhar...

- x -

Independentemente das razões por que possa tê-lo feito, é impossível negar o contributo essencial que o PCP teve na motivação das ações que culminariam com a queda da ditadura em Portugal. No entanto, isso apenas adensa o mistério, torna mais patética a teimosia, quanto à insistência em continuar, num estado de negação dificilmente compreensível, a defender o indefensável, ainda que à custa de ter de rejeitar a mais clara evidência e a mais lúcida razão.

Aponta-se à Igreja Católica um indesejável alheamento da realidade ao insistir na difusão de aspetos mais anacrónicos da sua doutrina;  aponta-se, e penso que bem, já que todos os princípios, mesmo os mais sagrados, devem ser formulados - e, mais tarde, reformulados - atendendo ao tempo em que irão ser observados. Mas como explicar e legitimar, então, o ainda maior desfasamento, face à sociedade atual, da doutrina do PCP?

Pouco importando a forma mais ou menos hábil como o disfarçam os programas partidários, a doutrina comunista ortodoxa, propriamente dita, não se limita a sustentar a importância de defender os interesses das classes de trabalhadoras: isso, qualquer partido democrático, inevitavelmente, alardeia, sob pena de nele quase ninguém votar. O que distingue o comunismo puro é a proposta de que se defenda tais interesses pela força das armas, mensagem terrível que, admitamos, será, na sua plenitude, apercebida por muito poucos dos seus mais ingénuos e menos cultos eleitores. Muitos poucos deles quererão andar por aí, de arma em punho, a matar, a fuzilar: votam no Partido por não ver alternativa, por clubismo, ou pelo simples e nada esclarecido hábito de assim votar.

O PCP é, hoje, um partido anódino que tem na cada vez menos eficaz greve a principal forma de luta. Uma vez perdida a paciência ou confrontado com o fim inevitável, deixará, seguramente, de ter como único braço armado uma central sindical: não nos admiremos se a por muitos esquecida ARA (Ação Revolucionária Armada)*), ou alguma descendente mais preparada e sofisticada, vier um dia desestabilizar, ainda mais, este já tão desnorteado Portugal.

(continua aqui)

quarta-feira, 22 de dezembro de 2021


João Lobo Antunes


João Lobo Antunes sobre a liberdade

"É mais fácil aprender as regras da democracia do que aprender a viver em liberdade"

João Lobo Antunes*)              
(Entrevista ao programa ´Por Outro Lado´ (RTP 1)

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021


Jorge Baptista



Jorge Baptista sobre os jogadores de futebol

"O futebol é a
 única indústria no Mundo em que os patrões estão na miséria e os empregados estão multimilionários"

Jorge Baptista*)
(SIC Notícias)  


Isto, claro, no tempo em que ainda se não sabia daquilo que, cada vez mais, se vai sabendo agora, na época da Operação Cartão Vermelho*), da Operação Prolongamento*) e de outras que, provavelmente, aí virão.

Interessante, a utilização do termo indústria para designar o que, ingenuamente, durante algum tempo pensei que se tratasse de um desporto.

Não cessa, de facto, de nos surpreender, este importante fenómeno social que é o futebol.

quarta-feira, 24 de novembro de 2021


Maria José Morgado


 

"A única maneira de defender a liberdade

é limitar a liberdade de cada um"

Maria José Morgado*)
(entrevista a 'Por Outro Lado - RTP) 




Aplica-se, antes de mais, à necessidade de privar da liberdade quem comete crimes, claro está.

Mas não será abusivo lembrar este princípio também quando falamos das investidas de certas minorias de escassa representação na comunidade que, embaladas pelos anseios eleitoralistas de certas forças políticas,  procuram, mais do que defender os seus legítimos direitos, impor aos outros ideologias globalmente rejeitadas por uma maioria que, em democracia, tem todo o direito de o fazer, precisamente por ser uma maioria e por, em democracia, prevalecer, até no voto, o primado da maioria.

Ou terão as coisas mudado tanto que assim já não será?

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quarta-feira, 27 de outubro de 2021


António Cardoso e Cunha

Estrutura e Estratégia


"A estrutura vence sempre a estratégia"


António Cardoso e Cunha

Debate na RTP 1                
  13 de Junho de 1999             


Numa terra como a nossa, e que a política é feita de improvisos, de jeitos, de favores e de truques de prestidigitação, seria interessante que alguém se lembrasse de investir em dotar a governação e a administração pública de alguma estrutura duradoura, consensual, suprapartidária, que transmitisse aos governados alguma sensação de, efetivamente, estarem a sê-lo.

Em vez disso, continuamos imersos numa imensidão de desconchavos, de arbitrariedades de motivação meramente eleitoralista e de favores destinados a procurar garantir a permanência no poder a quem o exerce já sem qualquer autoridade.

Parece ser nosso destino que, ao fim de meia dúzia de anos os governos fiquem de tal forma desgastados que, tanto nós como eles, tudo o que queremos é que a legislatura acabe depressa, para o que contamos com os favores daquele que pode acelerar o fim.

Triste terrinha, de facto, em que a política se tornou alimento de si própria, em lugar de servir a comunidade para cujo bem terá sido pensada. Em princípio, claro.

quarta-feira, 13 de outubro de 2021


Luís de Mascarenhas Gaivão

Nova História de Portugal em Disparates

"
O papel do humor é, quanto a mim, de primeira grandeza no êxito da escolaridade e um professor chato consiste, antes de mais, num convite ao insucesso"




            

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quarta-feira, 29 de setembro de 2021


Luís de Sttau Monteiro


Nível Cultural


"
Nível cultural é saber-se que lá fora é melhor mas não saber porquê porque nunca se foi lá fora e mesmo cá dentro foi-se pouco"

Luís de Sttau Monteiro*)           
O Independente    

          

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quarta-feira, 15 de setembro de 2021


Júlio de Pina Martins




"Um juiz quando veste a toga,
tem de despir as suas convicções
"

Júlio de Pina Martins
Procurador-Geral Adjunto, Visão


Palavras sábias que não podem deixar de ser lembradas perante a imagem de juízes que não apenas violam frontalmente a lei como incitam a que outros o façam, fazendo-se valer da sua condição privilegiada de magistrados para afrontar e humilhar elementos das forças policiais no estrito cumprimento de ordens emanadas visando a manutenção da ordem pública*).

Trata-se de desmandos intoleráveis que devem ser severamente reprimidos, a título de exemplo para quantos pensem que, em lugar de deveres acrescidos, a nobre missão que desempenham lhes confere direitos e privilégios que nenhuma sociedade verdadeiramente democrática alguma vez poderá tolerar.

(continua aqui)

quarta-feira, 1 de setembro de 2021


António de Sousa Franco



"Os princípios defendem-se na fronteira precisa em que começam a ser violados, e não no momento em que, após sucessivas cedências, a corrupção e o autoritarismo hajam chegado a consequências incomportáveis
"

António de Sousa Franco *)       
O Independente, 12.03.1993    

Há que salientar que, à data em que recolhi esta citação, o Ilustre Autor havia já abandonado o Partido Social Democrata e, embora sem alguma vez aderir, era simpatizante do PSPS (Partido Socialista Pré-Socrático, o tal que contava com militantes distintos e de elevados valores e princípios, cujo percurso aqui seria redundante referir).

Tal não significa, naturalmente que, na era do tal PSPS, alguns militantes destacados e de talvez não tão elevados valores e princípios não fizessem das suas. Mas, havia, pelo menos, uma preocupação consensual de assegurar aquela aparência de propriedade que, quando falta e as coisas feias são, como agora acontece, publicitadas como se de grandes feitos se tratasse, se torna um veículo excecional de propagação da corrupção.

O preço dessa aparência de propriedade era abafar-se as tais coisas feias? Talvez. Mas, agora, dá ideia de que, não sendo abafadas, são quase sempre ignoradas ou esquecidas, o que é ainda pior, não só pelo risco de disseminação, como por ficar a ideia de que se trata de pecadilhos sem importância.

- x -

A frase de Sousa Franco poderá ter, até agora, passado despercebida junto de atuais militantes e simpatizantes do atual PS e seus confrades de geringonça, pelo que parece oportuno lembrá-la aqui, dada a sua eterna relevância para a atividade política que se preze de o ser, sobretudo em vésperas de acontecimentos determinantes dos destinos de uma nação.

No meio de tanto falatório sobre suspeitas de nepotismo, de compadrio, de corrupção, de procurar sugar, até secar, o já escanzelado úbere da República, não podemos deixar de lembrar a frase de um dos pais do socialismo - do verdadeiro, puro e duro, do punho fechado, e não do da alaranjada rosa lusitana -, na qual dizia que "não é a consciência que determina a vida, mas a vida que determina a consciência". A epidemia de corrupção que, com o freio nos dentes, galopa pelo Estado Português, sugere que terão alguns políticos - e amigalhaços, e familiares e alguns funcionários proeminentes  -entendido esta última citação como "não é o ladrão que cria a oportunidade, mas a ocasião que faz o ladrão"; como, aliás, há muito se sabe, porque o brocardo o diz.

A ser a interpretação legítima, parece haver marxistas destes em todos os partidos políticos, e um pouco por toda a parte entre os mui habilidosos descendentes de Viriato e Sertório.


* *
Que reformas de fundo poderemos esperar nos tempos mais próximos?

quarta-feira, 18 de agosto de 2021


Agostinho da Silva




"
Provavelmente, o verdadeiro génio
é aquele que foi criança até ao fim
"


    Agostinho da Silva*)         
    Entrevistado por Herman José   
no programa "Conversas Vadias"*)



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