"A finança é a arte de fazer o
dinheiro passar de mão em mão até desaparecer"
Uma realidade a ter em conta pelo nosso recém-nomeado-sem-alguma-vez-ter-esperado-que-tal-lhe-acontecesse-e-sexto-na-hierarquia-do-governo ministro das finanças*)
Pois, nós, também não esperávamos. Ou melhor: esperávamos que não. Que não fosse, para lugar de tamanha responsabilidade e num momento tão difícil como o que atravessamos, nomeado alguém aparentemente sem preencher requisitos mínimos para ocupar o lugar, e com um histórico de avanços e retrocessos, de atitudes polémicas, de pusilanimidade manifesta enquanto presidente da câmara em Lisboa.
A escolha pode significar muita coisa, como, entre tantas, mais ninguém ter aceitado o lugar ou haver dívidas políticas a pagar. Do que não podem restar dúvidas, é de que quem o nomeou considera as comemorações da vitória do Sporting, a fuga de informação para a Rússia e tantas outras contas do rosário de disparates como governação legítima, eficaz, absolutamente... normal.
Como já cansa ouvir arautos da desgraça dizer que só esperam estar enganados, direi que não o espero, que não o creio e que quase o não desejo, quanto mais não seja para permitir, finalmente, pôr a nu o que para aí vai de falta de competência, de gestão das aparências, indo-se ao ponto de anunciar ministérios criados à pressa para, talvez em nome da alardeada e artificialmente criada paridade, acomodar uma ou outra militante agora inevitavelmente candidata a qualquer coisa, mas que, ouvindo-a vezes e mais vezes em programas de debate, pouca coisa, além daquilo que toda a gente diz, parece ter para nos contar.
Já nem falo, porque não vale a pena, das outras não-surpresas do novo Governo como o tonitroante e abrutalhado barbudo, ou a educadora de jardim de infância hoje investida em tão altas funções; das tremuras e suores frios que me assolam quando me lembro da COVID, da invasão da Ucrânia e da fenomenal equipa designada para dos respetivos impactos nos proteger de outras vicissitudes, perversões, corrupções.
Fica-me, seja como for, a sensação de que o Senhor Primeiro-Ministro pouco tempo terá dedicado a pensar, seriamente, na composição do novo Governo; que terá pagado uns favores a uns, e que, ficando ou entrando, outros lhe terão feito favores; e que, como sempre, as cobaias de todas estas trocas e baldrocas serão... as de sempre.
Uma vez mais, teremos de pagar para ver. Como no poker em que a política, cada vez mais, se transformou.
Sem que a minha opinião signifique atestado de sabedoria, na matéria hoje em debate, aprovo totalmente o parecer do autor do texto. Mais, subscrevo-o. Sobretudo, na parte dessa sensação de dúvida acerca do tempo e atenção dispensada pelo PM na distribuição das pastas ministeriais. A das Finanças, então...
ResponderEliminarCumprimentos. :)
Não se entende, de facto; e, não sei porquê,receio bem que, pelo menos essa parte, vá acabar muito mal...
EliminarObrigado por ter comentado!
Pelo contrário, considero que devemos dar o benefício da dúvida a Medina. Penso que ele está a ser vítima, e o termo é mesmo este, por ter sido Presidente da Câmara,ainda por cima, da capital do País. Sob um permanente e nem sempre justo escrutínio, estrela de muitas parangonas de jornais, alguns de natureza duvidosa, a figura dele surge desgastada aos olhos de muitos portugueses. Por exemplo, o anterior ministro, um jovem desconhecido, foi posto em causa?
ResponderEliminarNão sou assumidamente advogada do diabo, mas nestas coisas e em muitas outras, deixemos que as pessoas atuem, então, sim, opinemos. O facto de ter um perfil mais político que técnico não pode fazer dele um alvo a abater.
Saudações, caro António.
Obrigado, cara Célia, por partilhar a sua visão.
EliminarO tempo dirá da sua razão...