O fanatismo religioso de Perpétua (Joana Fomm) & Companhia, a pedofilia do
Coronel Artur da Tapitanga (Ary Fontoura), o comcubinato de Modesto Pires
(Armando Bógus), o impagável e ridículo casalinho Eliza e Timóteo d'Alemberti
(Paulo Betti e Tássia Camargo), o machismo parolo de Zé Esteves (Sebastião
Vasconcelos) para com a sua mulher Tonha (Yoná Magalhães), a sabedoria de
Osnar (José Mayer), Dona Milú (Miriam Pires) e Padre Mariano (Cláudio Corrêa e
Castro) e tantas outras personagens geniais, inesquecíveis, de uma história
que vai até ao mais fundo da essência do ser humano, evidenciando de forma
magistral a podridão que jaz sob a capa das mais ingénuas e pias
aparências.
Numa época em que as telenovelas nacionais e brasileiras se caracterizam,
antes de mais, por histórias de situações forçadas, contadas por atores cada
vez mais pobres de formação e de talento - mais conhecidos por aquilo que
vão afixando nas redes sociais do que pelo mérito intrínseco do desempenho
em cena -, chega a ser comovente recordar a que foi porventura - que isto de
gostos, já se sabe... - a demonstração maior de que é possível, sem
artifícios publicitários e unicamente devido ao mérito intrínseco, manter
uma audiência presa ao televisor durante meses a fio.
Tieta, com muito prazer.