segunda-feira, 4 de abril de 2022


Zelensky: Começa a Cheirar Mal...

A responsabilidade por esta coisa da possível fabricação do massacre em Bucha, amplamente fundamentada por um oficial-general português*), poderá não ser inteiramente imputável à comunicação social. Certo, é que, a ser uma encenação, apenas vem reforçar as tresloucadas teses dos negacionistas da guerra, que as baseiam, precisamente, na possibilidade de tudo não passar de um produto da montagem visual e da desinformação.

De facto, só quem ande muito perturbado pela desventura que se abateu sobre a Ucrânia, mas, simultaneamente hipnotizado pelo efeito mediático habilmente criado pelo respetivo Presidente, deixará de estranhar o périplo que este empreendeu por tudo quanto é parlamento disposto a vê-lo e a escutá-lo, aplaudindo de pé, seja por comoção e entusiasmo, seja por preocupação com o politicamente correto, ou por razões que melhor será aqui nem expor.

Isto, enquanto a dita personagem se não coíbe de continuar a pedir à NATO o impossível: o impensável encerramento do espaço aéreo da Ucrânia, sentença de morte, não apenas para a respetiva população, como para a dos países que integram a Aliança, já que uma guerra de âmbito mundial facilmente deflagraria à primeira violação.

Esta insistência, que o espetáculo proporcionado pelos emotivos discursos proferidos vem reforçar, apenas serve para avolumar suspeitas que, aqui e ali, observadores dos mais diversos quadrantes já vêm expressando quanto à razão, à legitimidade e à própria origem da invasão pela Rússia.

A excessiva agitação das águas mediáticas - agora acompanhada, ao que parece, por uma despudorada encenação de um massacre em Bucha para europeu ver - está a descambar em algo que pode tornar-se pernicioso, não apenas para os interesses da Ucrânia, como para a estabilidade dos valores de quem a tem defendido e apoiado nas instâncias internacionais.

As gentes começam a indignar-se com a invasão, mais pela demolição sistemática nas cidades, do que pelas razões, decisões e atos que estiveram na sua génese. A emotiva verve do corajoso, mas porventura irresponsável, estadista faz-nos esquecer a dúvida sistemática que deve imperar na análise objetiva das situações. Os profusamente divulgados efeitos brutais da assim chamada guerra começam a contar mais do que a maldade subjacente aos desígnios do agressor.

Começa a cheirar mal...

* *

A hipocrisia e a mentira - ou, digamos, a criatividade na verdade - são típicas da política atual, muito especialmente em tempos de guerra.

(continua aqui)

domingo, 3 de abril de 2022


Matosinhos: Rua de Brito Capelo

Rua de Brito Capelo, em Matosinhos

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"Dá-se a este concelho a denominação legal de concelho de Bouças, em rasão da villa d'este nome, que existe na freguezia de Mattosinhos. Pretendem alguns, que antigamente só existia a freguezia de Bouças e que Mattosinhos não era mais do que uma aldeia d'esta parochia; e tanto que ao Senhor de Mattosinhos se dava o nome de Bom Jesus de Bouças. É certo, porém, que o Portugal Sacro e Profano, publicado em 1757, traz a freguezia de Mattosinhos e não traz a de Bouças. 

O concelho de Bouças é composto das 13 freguezias seguintes : Aldoar, Custoias, Guifões, Infesta, Labrúge, Lavra, Léça-dò-Bailio, Leçada-Palmeira, Mattosinhos, Nevogilde, Perafita, Ramalde, e Santa Cruz do Bispo. Todas estas freguezias, no bispado do Porto". 

Pinho Leal, in "Portugal Antigo e Moderno"
Livraria Editora de Matos Moreira & Companhia - Lisboa, 1875 - vol.5, pág 134
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