segunda-feira, 8 de agosto de 2022


São Miguel de Seide - Casa de Camilo e Acácia do Jorge

 Casa de Camilo e Acácia do Jorge


"Pov. e freg. de S. Miguel, da prov. do Minho, conc. e com. de V. N. de Famalicão, distr. e arceb. de Braga; 77 fog. e 210 hab. Tem esc. do sexo masc. e está situada a 4 k. da margem direita do rio Ave e a 6 da séde do conc. A terra é fértil e cria muito gado bovino, que exporta para Inglaterra. Pertence á 13.ª div. mil. e ao distr. de recrut. e res. n.º 8, com a séde em Braga. Era n'esta pov. a quinta de S. Miguel de Seide, onde durante muitos annos residiu o grande romancista Camillo Castello Branco, visconde de Correia Botelho, e foi alli que elle se suicidou em junho de 1890 ".

Esteves Pereira e Guilherme Rodrigues,
in "PORTUGAL - Diccionario Historico, Chorographico, Heraldico, Biographico, Bibliographico, Numismatico e Artistico" -
- vol.VI, pág.785 - João Romano Torres & C.ª - Lisboa, 1912

Leia aqui a opinião de Camilo sobres as cidades

quinta-feira, 28 de julho de 2022


"Alien"

Olham-me, quando por eles passo na rua.

Uns, com ar divertido, outros com ar trocista; uns com ar de pena, outros de censura, outros ainda com o olhar fugaz dos que se apressam a desviá-lo porque parece mal ficar a olhar.

O mesmo numa loja, num qualquer espaço público, ou quando me levanto, no restaurante, para ir lavar as mãos antes de começar.

Também eu não sei como os contemplar. Nem sei, mesmo, se devo desviar ou devolver o olhar.

Estão, claro, no pleno uso do seu direito à liberdade de ser, de estar, de observar, de uma opinião formar e de, a todo o tempo, a inverter ou renovar.

Sou eu o desenquadrado, o retrógrado, o pária de uma sociedade virada para a frente e para a ânsia de aproveitar ao máximo, enquanto isto da guerra não alastra, o ar que respira e aquilo que, da vida, vai podendo tirar.

Por que não? Por que não, afinal, se o mesmo parecem fazer quantos por aí vemos deambular?

Pouco importa. Faço o que faço, ajo como ajo, e continuarei a agir enquanto uma culpa minha puder pôr em risco o bem-estar comum, a economia do Estado e a estabilidade dos outros que por cá têm de andar.

Uso máscara, e continuarei a usar enquanto o bicho por aí andar.

Uso-a, por muito que uns e outros prefiram esquecer o assunto e assobiar para o ar.