quarta-feira, 11 de agosto de 2021


Oliver Wendell Holmes, Jr

A mente de um fanático é como a pupila do olho


"A mente de um fanático é como a pupila do olho:
quanto mais a iluminamos, mais se contrai
"

"
The mind of a bigot to the pupil of the eye;
the more light you pour on it, the more it contracts
"


O pavor da simples possibilidade de estarmos errados ou de estar errado quem admiramos - e de ter de o admitir... -, faz-nos contrair a mente até ao mais básico estado de negação de algo em que não queremos acreditar, em que não suportamos ter de acreditar.

Ao mesmo tempo, cada vez mais, a falta de ideias originais tende a exacerbar a necessidade de defesa de outras já muito estafadas, em que a discussão social e política gira mais em torno da paixão e do clubismo do que da sobriedade e da racionalidade que deveria, em princípio, distinguir o ser humano dos restantes animais.

Mais propício se torna, assim, esta conjuntura a que a defesa preferida de um fanático seja fechar-se na exaltação dos seus heróis e na repetição ad nauseam dos dogmas que religiosamente segue, naqueles inspirados. Tal ocorre, sobretudo, quando vê atacadas as suas ideias mais ou menos inaceitáveis, mais ou menos loucas, apressando-se a rejeitar à partida quanto se lhes oponha, ainda que baseado em informação mais fidedigna e elaborada a partir dos dados mais objetivos.

Faz lembrar as reações de certos indefectíveis admiradores de alguém recentemente falecido em cuja bondade de intenções e elevação de princípios, apesar de toda a evidência legalmente validada que há muito tempo as negava, escolhem continuar, obstinadamente, a acreditar, um pouco como acontece como, perante um crime ou uma séria ilegalidade cometida por um astro da bola que, apesar de tudo, continuamos a idolatrar.

segunda-feira, 9 de agosto de 2021


Rachmaninoff, por Arthur Rubinstein

Arthur Rubinstein ao piano
Imagem: www.wqxr.org
Nenhuma obra de arte deve ser retalhada, cortada aos bocados, é certo. Mas não é menos certo que é costume, das óperas, cantar apenas uma ou outra área.


Não chocará assim que vos proponha hoje apenas o segundo andamento do Segundo Concerto para piano e orquestra de Sergei Rachmaninoff.

Dificilmente se encontrará um repositório similar de tantos sentimentos, de tantas emoções por vezes contraditórias, que uma interpretação soberba vem salientar.

Chicago Symphony Orchestra*)
                                                                         Fritz Reiner*), Maestro