quinta-feira, 9 de junho de 2022


Santo Tirso - Igreja Matriz e Convento Beneditino

Santo Tirso - Igreja Matriz e Convento Beneditino

"O antigo nome d'esta freguezia era Santa Maria Magdalena; só no principio d'este século é que se denominou Santo Thyrso. Este concelho denominava-se Refojos de Riba d'Ave (...)


Fonte da imagem: Fine Art America

No dia 24 de fevereiro de 1875, sentiu-se n'este concelho, no de Villa do Conde, e em outras povoações circumvisinhas, um violento tremor de terra, das 8 para as 9 horas da manhan. Durou um minuto. Foi mais sensível em Santo Thyrso, abalando algumas casas. Não morreu pessoa alguma (...)

O principio d'este mosteiro remonta a uma antiguidade remotíssima, pois, segundo alguns escriptores, foi na sua origem templo romano; e aqui foi sepultado Silvano, capitão de uma legião romana, como adiante veremos. 

Não se sabe quando passou a egreja catholica, e quando se fundou o edifício do mosteiro benedictino, duplex, mas com certeza já existia no tempo dos suevos. Conjectura-se que o seu fundador foi S.Fructuoso; mas, segundo outros foi S. Martinho de Dume, que viveu no 6.° século.

Ignora-se se os monges o abandonaram em 716, ou se, mediante aigum tributo, os mouros consentiram n'eIle o culto catholico: o que se sabe é que em 927, D. Alboazar Ramires, filho de Ramiro lí, de Leão e sua mulher, D. Helena Godins, achando o mosteiro bastante arruinado o reedificaram, dotando-o com boas rendas (...). 

Em 1569, D. Frei Pedro de Chaves, por ordem da prineeza D. Joanna, mãe do rei D. Sebastião o reformou; e foi o primeiro da reforma. 

A frente da egreja do mosteiro, que é a matriz da freguezia, deita para um largo espaçoso, tendo no contro um elegante cruzeiro de mármore côr de rosa. 

É um templo vasto e magnifico, construído com grande solidez. 

O claustro é a parte mais antiga de todo o edíficio. Tem 27 metros de comprido, por 25 de largo. Os seus quatro lanços são abertos em arcos, sustentados por 122 duplas columnas, cujos capiteis mostram em grosseiros relevos, cabeças de mouros, harpias, leões, e differentes ornatos, todos variados, de modo que se não acham dous eguaes. 

No centro ha um elegante chafariz de pedra, com bôas esculpturas, obra do principio do século passado. 

A galeria superior do claustro pertence á reedificação geral do mosteiro, que principiou pelos annos 1650. A inferior é manifestamente obra do século XII ou XIII. 

Foi. o architecto Frei João Turreano, monge benedictitio, quem delineou e dirigiu esta reconstrucção. Foi também este monge o architecto da reconstrucção do mosteiro de freiras de Odivellas; o novo de Santa Clara de Coimbra; o da Estrella (Estrellinha - hospital militar) de Lisboa, e outras obras. 

Os frades eram todos tão estúpidos!... 

Depois de 1834, foi vendida a cêrca e parte do ediflcio do mosteiro,; sendo o resto (só a parte que defronta cora o adro) destinado para o tribunal das audiências do juiz de direito, administração do concelho e suas dependências. 

Quando se andava reedificando a egreja (1650) se achou embutido em uma das suas paredes, um sepulchro de pedra, ainda inteiro, contendo cinzas. Tinha esculpidas as águias imperiaes, e por baixo d'ellas esta inscripção:

L. VALERIVS SILVANVS MILES LEG. VI VIXIT VIRIATO. 

(Lucio Valério Silvano, militar da 6. legião que venceu Viriato.)"


Pinho Leal, in "Portugal Antigo e Moderno"
Livraria Editora de Matos Moreira & Companhia - Lisboa, 1878 - vol.8, págs 609-612




Afinal, Deus existe mesmo, ou não passa de pura invenção de um ser humano que desespera com a efemeridade da sua existência?

NÃO PERCA uma reflexão lógica, fundamentada, sobre o tema porventura mais elementar e decisivo da vida humana.





A existir um deus, será ele o representado
no teto da Capela Sistina? Jeová? Alá? Manitou?
Ou nenhum destes?

quarta-feira, 8 de junho de 2022


O 9 de Maio e o Jubileu de Platina

Outrora olhados como exibições destinadas a ostentar e a demonstrar o poder político e militar de quem reina ou governa, os mais recentes desfiles militares que as televisões nos trouxeram mais parecem tentativas vãs de aparentar um poder debilitado ou praticamente inexistente.

Na Rússia (ainda) de Vladimir Putin, a parada do 9 de Maio não passou de uma vergonhosa encenação que alguém com vergonha teria preferido cancelar, para não lembrar o enorme fiasco de que, na Ucrânia, já então o aparatoso exército vinha padecendo.

No Reino Unido (para sempre) de Isabel II, a parada que integrou as comemorações do Jubileu de Platina não passou de uma hipócrita tentativa de associar as poderosas forças armadas britânicas a um trono completamente esvaziado de poder, "servido" por um governante descredibilizado, de cabelo loiro desgranhado e, ao que parece, de circuitos cerebrais algo desgrenhados, também.

Não deixa de ser verdade que a ânsia de ver, ao vivo, Sua Majestade ainda atrai uns milhares de deslumbrados vindos um pouco de todo o Mundo, o que algum impacto terá nas finanças do Arquipélago. Mas, além do diminuto significado da monarquia no ordenamento político atual, como não relacionar, em extremos opostos, todo aquele efetivamente inútil dispêndio de verbas com a fome que grassa no Planeta, com a miséria causada pelas guerras, com tanta gente que não tem porque não tem como vir a ter aquilo que outros olham com o desdém de quem muito tem e dos outros nem quer saber?

Estas demonstrações de um cada vez mais imaginário poderio servem, afinal, para quê?

Destinam-se a enganar quem?

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