quarta-feira, 8 de junho de 2022


O 9 de Maio e o Jubileu de Platina

Outrora olhados como exibições destinadas a ostentar e a demonstrar o poder político e militar de quem reina ou governa, os mais recentes desfiles militares que as televisões nos trouxeram mais parecem tentativas vãs de aparentar um poder debilitado ou praticamente inexistente.

Na Rússia (ainda) de Vladimir Putin, a parada do 9 de Maio não passou de uma vergonhosa encenação que alguém com vergonha teria preferido cancelar, para não lembrar o enorme fiasco de que, na Ucrânia, já então o aparatoso exército vinha padecendo.

No Reino Unido (para sempre) de Isabel II, a parada que integrou as comemorações do Jubileu de Platina não passou de uma hipócrita tentativa de associar as poderosas forças armadas britânicas a um trono completamente esvaziado de poder, "servido" por um governante descredibilizado, de cabelo loiro desgranhado e, ao que parece, de circuitos cerebrais algo desgrenhados, também.

Não deixa de ser verdade que a ânsia de ver, ao vivo, Sua Majestade ainda atrai uns milhares de deslumbrados vindos um pouco de todo o Mundo, o que algum impacto terá nas finanças do Arquipélago. Mas, além do diminuto significado da monarquia no ordenamento político atual, como não relacionar, em extremos opostos, todo aquele efetivamente inútil dispêndio de verbas com a fome que grassa no Planeta, com a miséria causada pelas guerras, com tanta gente que não tem porque não tem como vir a ter aquilo que outros olham com o desdém de quem muito tem e dos outros nem quer saber?

Estas demonstrações de um cada vez mais imaginário poderio servem, afinal, para quê?

Destinam-se a enganar quem?

Sem comentários:
Enviar um comentário