"Un homme qui sait se rendre heureux avec une simple illusion est infiniment
plus malin que celui qui se désespère avec la réalité."
Será, sem dúvida, algo para se pensar, numa época em que parece que tudo
quanto alguém almeja é "ser feliz", seja lá o que for a ideia que cada um tem de tal idílico estado.
O que pensar, então, dos que nada têm, e sabem que jamais de seu algo terão?
Como, senão através do sonho, poderão ter acesso à imagem de uma felicidade
que, como a de qualquer de nós, não passará, afinal, de uma efémera ilusão?
Não deverá isso fazer-nos refletir sobre a sorte que, de facto temos,
passando a contentarmo-nos com uma ou outra ilusão, em lugar de nos
endividarmos sem freio ou contenção na ânsia de, cada dia que passa, alguma
coisa de novo termos para mostrar a outros que, tal como nós, apenas deles
querem saber e, do que de novo em nós vêm, são incapazes de tirar
satisfação, antes lhes causando dolorosa inveja e insuportável irritação?
Que tal, em vez de sofrer por não poder ter, por não poder comprar, nos
irmos, aqui e ali, contentando com alguma... ilusão?