quinta-feira, 9 de dezembro de 2021


Joacina Katar Moreira e o Elogio da Oligofrenia

"Razões fortes, compromissos claros".

Esta mensagem num cartaz do Bloco de Esquerda terá provocado na rede social Twiter, a mensagem "A dicotomia claro/escuro no discurso político já mudava*).

Salvo o devido respeito, a imbecilidade da coisa apenas é comparável à manifesta ignorância vocabular de quem a produziu, bem como à pobreza gramatical evidenciada pela construção frásica pseudo-moderna e pseudo-progressista do  seguido do pretérito imperfeito do indicativo pretendendo significar que já se poderia isto ou aquilo (neste caso, já mudava, em lugar da expressão correta já se poderia mudar. Ou, na forma popular, já se podia mudar).

Claro, significando evidente, preciso nada tem, em sentido estrito, a ver com claro, no sentido de luminoso, pouco escuro. O adjetivo é o mesmo, mas a utilização que dele é feita num e noutro caso quase as torna palavras homónimas, apenas o não sendo na medida em que a classificação gramatical é a mesma.

Não há, assim, como considerar que se trata de um ataque aos ideais anti-racistas, mais a mais vindo de quem vem. Não passa de uma patetice, de uma alarvidade, da tentativa desesperada de quem politicamente se arrisca a desaparecer para manter um protagonismo que não merece, se é que alguma vez mereceu.

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O aproveitamento abusivo de tudo quanto cai ao alcance dos nossos olhos para o distorcer, para o enviesar à medida da conveniência de uma causa ou argumentação a ele completamente alheia apenas tem como resultado imediato a evidenciação do vazio daquilo que se defende e da fundamentação de suporte que temos para lhe oferecer. No presente incidente, apenas serve para menorizar a nobre causa do racismo, que, é caso para dizer, bem melhores defensores poderia merecer.

Alguém me dizia, há tempos, que para se obter um grau de mestre ou de doutor é mais necessária capacidade de trabalho do que inteligência. Dir-se-ia que alguns parecem profundamente empenhados em o demonstrar...

Se certos doutorados que por aí há trabalharam ou não, jamais saberei. Mas da oligofrenia que caracteriza algumas das suas afirmações não será difícil convencer.

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2 comentários:
  1. Ontem, na página de Facebook do Walter Hugo Mãe verificou-se uma reação imbecil ao texto que o escritor escreveu em homenagem ao José Eduardo Pinto da Costa. Não deixo o link, porque possivelmente o António não está registado nesta rede social, assim, colo aqui o texto.

    "josé eduardo pinto da costa foi meu professor de medicina legal. era o professor brilhante de uma cadeira de puro susto, em que precisávamos de enfrentar as imagens mais violentas e acompanhar uma autópsia de verdade no teatro anatómico.
    a energia deste homem era única. o seu sentido de humor e a pertinência, o orgulho no porto e a esperança de contribuir para motivar ao progresso científico e cultural eram características que lhe admirava profundamente.
    que pena perdermos uma pessoa assim.
    nunca seria velho demasiado.
    fará sempre falta."

    (Não gosto muito do uso exclusivo de letras minúsculas. Burro velho...no entanto, há que respeitar estas liberdades, como direi? ortográficas? sobretudo se as colocarmos no mesmo patamar das liberdades poéticas)

    Agora repare na alarvidade de uma "comentadeira", uma Maria Lobato Monteiro, que se ficou pela casca das palavras:

    "Por gentileza, esta frase: “nunca seria velho demasiado “ é de uma “VELHOFOBIA” demasiada! Ser velho não é ser novo , obviamente, mas não extirpe o “velho” da vida social !

    Resposta inteligente do escritor:

    "Maria Lobato Faria, nem sei que lhe diga. há sempre alguém para ver o invisível."


    Salta uma outra arara-polícia, de dedo em riste:
    " poderiam, por favor, traduzir pra português brasileiro esse " nunca seria velho demasiado ", estou curiosa pra ver se o Valter cometeu etarismo ou não."

    Enfim! A ignorância de quem faz uma leitura literal da vida.

    Peço desculpa por este longo comentário. Se optar por não o publicar por este facto, é certo que entenderei, obviamente.
    Bom fim de semana.

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    Respostas
    1. Obrigado, Célia. Não só publico, como com muito gosto o faço, como sempre.
      Há, de facto, por aí gente tão vazia, mas tão vazia de ideias que a única forma de ainda se manter visível é procurar ser 'original' inventando coisas onde elas não estão (a propósito de 'originalidades', publico amanhã um texto que poderá querer ler).
      Um exemplo pouco 'original' disto todo é o comentário hoje recebido na mensagem "Juiz Negacionista ou Advogado Oportunista", que de seguida transcrevo:
      'Prepara-te para um contra ataque em breve do https://forasteiro.net
      Vão ser todos abatidos, tu e o Scimed e mais uns quantos, prometemos.
      A bem ou a força irão ser todos expostos, como vieste ao mundo nú asism o serás em breve.
      Aguarda'.
      Um mimo de elevação, não é verdade? De uma forma muito própria, acaba por ser um grande elogio ao que escrevi. E anda gente desta por aí a agitar os braços totalmente a despropósito, largando palavras soltas e vazias, sem eira nem beira...
      Enfim, vamos procurando, nos nossos pequenos espaços, contribuir para enriquecer, como soubermos, a crescente aridez de alguns ditos humanos.
      Bom fim de semana.

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