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segunda-feira, 27 de setembro de 2021


All Angels - The Windmills of Your Mind

All Angels


Não se trata, é certo, da versão original, mas o arranjo musical e a tranquilidade que emana das vozes das All Angels*) contribuem, porventura, para destacar das restantes esta interpretação da música do filme de Norman Jewison "The Thomas Crown Affair", de 1968, premiada no ano seguinte com o Óscar da melhor canção original.

Pode ouvir aqui
e seguir a letra aqui

(Imagem: Youtube)

segunda-feira, 20 de setembro de 2021


Por Outro Lado...

Numa época em que o que conta é o espetáculo, em que as entrevistas de fundo parecem contar pelo impressivo tom de voz de quem pergunta, pelas filmagens por drone, pela aparente incapacidade de manter uma conversa longa e profunda, sem artifícios, sem montagens, sem tudo fazer para parecer moderno, dinânico, arrojado, diferente de tudo, vêm à memória sete anos de entrevistas tranquilas, de onde a paz e a profundidade emanam ao longo de cinquenta ininterruptos minutos da voz serena de Ana Sousa Dias e de quanto, com maestria, conseguia arrancar da caixa de segredos de convidados escolhidos, num formato que, é certo, não agradaria às assistências de hoje, mas que continha algo a cujos calcanhares hoje só muito dificilmente um entrevistador conseguirá chegar.

Alguns exemplos que pode ver aqui: Maria José Morgado, João Lobo Antunes, João Amaral, tantos outros...

(Imagem: Arquivo RTP)

segunda-feira, 13 de setembro de 2021


Ballets Trockadero - A Morte do Cisne

Ballets Trockadero - A Morte do Cisne
Independentemente da opinião que cada um possa ter acerca dos Ballets Trockadero, de Monte Carlo e daquilo que representam, a arte, quando acontece, deve ser reconhecida e divulgada, seja qual for o contexto e a motivação.

Ida Nevasayeva - Paul Ghiselin, de seu nome verdadeiro - deixou, entretanto, os Trocks, como também são chamados, mas a magistral interpretação parodiando a coreografia de Michael Fokine "Morte do Cisne", sobre uma peça do Carnaval dos Animais, de Camile Saint-Saëns, perdurará, seguramente, na memória de quantos fez sorrir.

Pode ver aqui

Para comparar com o original, poderá ver aqui
o desempenho de Natalia Osipova, do Royal Ballet

Para admirar outras maravilhas do audiovisual, selecione
*Obras de Arte
à direita da tela, sob a epígrafe 'Acesso por Categoria (*) ou Tema'

segunda-feira, 6 de setembro de 2021


Herman Enciclopédia: O Português


Herman Enciclopédia - O Português

"Sabe-se tão pouco do misterioso 'homo lusitanus',
conhecido comummente como 'português'...
"

Magistral caricatura da Herman Enciclopédia*), protagonizada por José Pedro Gomes*), que personifica um tuga do mais boçal, retrógrado e alarve que se pode imaginar.

Será, no entanto, caso para lembrar que este espécime ainda existe, se já não muito frequente na forma aparente, pelo menos largamente disseminado no conteúdo que não consegue dissimular; que lhe sai pelos poros mesmo sem transpirar.

- x -

Poucas diferenças existirão entre o tuga parolo da peça e aquele que põe o cachecol para ver a bola - ao ritmo de uma jola ruidosamente vertida pela goela e acompanhada dos inevitáveis amendoins e pistachos, bem como pela eructação de fluidos que o não ensinaram a travar -, na descomunal têvê que vai ficar a vida inteira a pagar, sem saber bem porquê.

Ou entre ele e aqueles palermas que, em pleno Verão, por aí andam em Lisboa enfiados em capas negras de Coimbra, a lembrar a toda a gente que, afinal, ainda não são doutores, e que a grande maior parte irá, um dia, fazer companhia a milhares de outros jovens enganados que, pelos call-centers, os canudos de Bolonha andam a larear.

Ou os que dizem há-des e há-dem; e os que, em vez do a sério que ensinam na escola, aprenderam naquele anúncio dos gelados o mais moderno - mas errado - à séria, e vão ao restaurante a que chamam dos ricos fazer figuras tristes, apenas para mostrar que não sabem estar.

Dolorosamente, um tuga, é e será sempre um tuga, sem tirar nem pôr e por mais títulos de campeão ou capas negras, ou licenciaturas com ou sem mestrados integrados com que o queiram adornar.

Pode ser ensinado, mas, como se acha maravilhoso, nunca investirá em se formar, cultivar, educar... Mesmo milionário e famoso, sempre exibirá aquele olhar desambientado, aquela carantonha parada, a boca escancarada de quem não entende patavina do que à sua volta se está a passar, do ambiente que não entende estar, com a ajuda da sua mota de escape aberto, a colapsar.

Sorri à própria falta de encanto e de graça, enquanto acena com os maços de notas e com as coisas caríssimas e horríveis que um punhado de aldrabões lá o convenceu a comprar.

- x -

Ainda há dias passei no Campo Grande e vi todos aqueles infelizes sem futuro a destilar, ao Sol dos primeiros dias de Agosto, nas pategas capas pretas que os pais fizeram mais um sacrifício para poder comprar.

Fez-me lembrar de que ainda há coisas capazes de fazer um velho chorar.

Fonte da imagem: Google















(Fonte da imagem: Google)

segunda-feira, 30 de agosto de 2021


Marretas: Time in a Bottle


Marretas Muppet Show

"If I Could Save Time in a Bottle"

Um dos mais sábios momentos desta ternurenta série*) saída do talento de Jim Henson*).

Todos sonhamos com a fonte da eterna juventude, mas os bonecos, cantando uma letra*) do malogrado Jim Croce*), lembram-nos, de forma comovente e expressiva, que ela não está ao nosso alcance. 


(Fonte da imagem: Wikipedia)

segunda-feira, 23 de agosto de 2021


Shirley Bassey: Moonraker Theme

"Where are you? Why do you hyde?"

Goste-se ou não dos filmes de James Bond, ache-se a história mais ou menos banal ou vazia, diga-se que tudo aquilo não passa de uma demonstração de maestria dos efeitos especiais, critique-se como se quiser: a voz de Shirley Bassey, a música de John Barry e a letra de Hal David tornam o tema de Moonraker uma obra prima, não apenas da música cinematográfica, mas de qualquer música, em qualquer lugar.

segunda-feira, 16 de agosto de 2021


Tieta


Tieta (telenovela)
Imagem: tudosobreprodutos.com
O fanatismo religioso de Perpétua (Joana Fomm) & Companhia, a pedofilia do Coronel Artur da Tapitanga (Ary Fontoura), o comcubinato de Modesto Pires (Armando Bógus), o impagável e ridículo casalinho Eliza e Timóteo d'Alemberti (Paulo Betti e Tássia Camargo), o machismo parolo de Zé Esteves (Sebastião Vasconcelos) para com a sua mulher Tonha (Yoná Magalhães), a sabedoria de Osnar (José Mayer), Dona Milú (Miriam Pires) e Padre Mariano (Cláudio Corrêa e Castro) e tantas outras personagens geniais, inesquecíveis, de uma história que vai até ao mais fundo da essência do ser humano, evidenciando de forma magistral a podridão que jaz sob a capa das mais ingénuas e pias aparências. 

Numa época em que as telenovelas nacionais e brasileiras se caracterizam, antes de mais, por histórias de situações forçadas, contadas por atores cada vez mais pobres de formação e de talento - mais conhecidos por aquilo que vão afixando nas redes sociais do que pelo mérito intrínseco do desempenho em cena -, chega a ser comovente recordar a que foi porventura - que isto de gostos, já se sabe... - a demonstração maior de que é possível, sem artifícios publicitários e unicamente devido ao mérito intrínseco, manter uma audiência presa ao televisor durante meses a fio.

Tieta, com muito prazer.


segunda-feira, 9 de agosto de 2021


Rachmaninoff, por Arthur Rubinstein

Arthur Rubinstein ao piano
Imagem: www.wqxr.org
Nenhuma obra de arte deve ser retalhada, cortada aos bocados, é certo. Mas não é menos certo que é costume, das óperas, cantar apenas uma ou outra área.


Não chocará assim que vos proponha hoje apenas o segundo andamento do Segundo Concerto para piano e orquestra de Sergei Rachmaninoff.

Dificilmente se encontrará um repositório similar de tantos sentimentos, de tantas emoções por vezes contraditórias, que uma interpretação soberba vem salientar.

Chicago Symphony Orchestra*)
                                                                         Fritz Reiner*), Maestro


segunda-feira, 2 de agosto de 2021


Wende Snijders: Hey!

Há letras emocionantes, músicas magníficas, interpretações fantásticas.

Wende Snijders cantando Hey
Imagem: i.ytimg.com

São, no entanto, realidades que não parecem conviver harmoniosamente: encontramos uma, outra, talvez duas delas, mas raramente moram juntas.

Aqui, a letra e a música dispensam comentários, e a espetacularidade da interpretação está na simplicidade.

No intervalo de leituras mais sérias, deixemo-nos comover por estes escassos três minutos.


segunda-feira, 26 de julho de 2021


As Nove Sinfonias de Beethoven, por René Leibowitz

Estátua de Beethoven a preto e branco
Porventura a mais conseguida gravação integral das Nove Sinfonias de Beethoven*), dirigida pelo maestro René Leibowitz*) para a etiqueta DECCA*), em 1961, procurando seguir, rigorosamente, as marcações de tempo originais do Compositor.

Merece especial destaque o segundo andamento da "Sétima", sabendo embora que tal distinção é injusta para com tudo o mais que, durante cinco horas, deleita o ouvido do mais empedernido rapper.


segunda-feira, 12 de julho de 2021


O Costa d'África


Cartaz do Filme O Costa d'África
Imagem: Memoriale*)
Farsa portuguesa de 1954, dirigida por João Mendes e com roteiro de Henrique Santana*), Vasco Santana*) e Francisco Ribeiro*).

Trata-se da penúltima obra cinematográfica com Vasco Santana, provavelmente, a mais bem conseguida produção portuguesa da época, sendo um filme em que a tradicional ingenuidade pobrezinha dá lugar a um trocadilho magistralmente conseguido em torno das peripécias de um rude português, então negociante em África, de visita a um sobrinho na Metrópole.

Merece especial destaque o desempenho de Erico Braga*), no papel de Barão de Espinhosel, sem esquecer a cena da cabina telefónica, com a eterna Teresa Gomes*)em mais um inconfundível papel. Integram, ainda, o elenco principal Laura Alves*)e Ribeirinho.

Algumas passagens serão suscetíveis de causar arrepios a alguns mais radicais autoproclamados defensores das minorias, o que poderá ter levado a que o filme fosse menos divulgado do que outros que o não merecessem tanto. Mas "O Costa d'África" deve ser olhado, não como uma defesa do racismo, antes como uma sátira que visa, bem pelo contrário, ridicularizar a personalidade de pessoas bastante elementares que viviam a explorar economicamente as populações das colónias portuguesas de então.

Não deixe de ver, se lhe faz falta uma boa gargalhada e não é daqueles que, para se darem uma aura intelectualoide, aturam xaropadas indescritíveis em alguns dos chamados filmes de qualidade, e coram de vergonha quando não conseguem evitar o riso com os menos elaborados filmes velhinhos de produção portuguesa.



* *

Gargalhadas à parte, o antirracismo continua a ser, para uns, uma nobre causa que cumpre defender; para outros, um mero palco privilegiado para exibir o oportunismo de quantos procuram, a todo o custo, uma montra, ou uma aparência e militância que permita adiar por mais uns tempos a extinção política.

(continua aqui)

segunda-feira, 5 de julho de 2021


Scriabin, por Vladimir Horowitz

Vladimir Horowitz toca estudo de Scriabin


Interpretação ímpar, ao vivo, do Estudo op.8 n.º 12*) de Alexander Scriabin*).

A expressão do rosto, o voo das mãos, tudo transmite uma ideia de arte, por muito que não saibamos o que a palavra quer dizer.

Mesmo que a música dita clássica não seja a sua favorita, não deixe de vibrar com a intensidade da obra e o carácter sublime da leitura que dela faz Horowitz*).

Pode assistir aqui